Constructiones Valetudinarii

Cheiro quase um trevo do azul
Embutido em janela de dois vidros
Um fóssil dobrado na esquina
Ali perto do origami no soalho

Escuto quase o tilintar dos vitrais
Os leques a estalar no vento do quarto
A macia voz com que me segredas
Tanto sem palavras

Não sei bem como reluzirás
Mas vou-te anoitecer no verniz
Escurecer-me sob a mesa
E debulhar o tampo em lâminas

Talvez desenhar-me no espelho
Ou no chão aquele vento

Não sei se te tocarei no dorso
Na matéria, teu vocábulo, esperar
Rolar o lápis nos dedos
Timbrar o teu espectro

Não sei se te espreitarei no chão
Se te pulsarei na terra ocre
Se dançarão as pétalas nos ladrilhos

Apenas pareço
Detecto que o pó cai no sítio certo
Se instala comodamente nas texturas
E decide atapetar tudo

Gil Maia Website: Constructiones Valetudinarii 06

06

Óleo sobre linho - 170x170cm
Gil Maia Website: Constructiones Valetudinarii 05

05

Óleo sobre papel - 56x76cm
Gil Maia Website: Constructiones Valetudinarii 04

04

Óleo sobre linho - 140x140cm
Gil Maia Website: Constructiones Valetudinarii 03

03

Óleo sobre alumínio - 50x50cm
Gil Maia Website: Constructiones Valetudinarii 02

02

Óleo sobre linho - 95x130cm
Gil Maia Website: Constructiones Valetudinarii 01

01

Óleo sobre linho - 140x140cm